Como o problema é abordado e porque as vítimas não
denunciam?
...“numa manhã agitada do metrô de Londres, um camarada se aproxima por trás de uma garota
de 19 anos e se aproveita dela”...
Para os ingleses, o comportamento sexual indesejado
é tudo aquilo que pode deixar você desconfortável, e mais, quando você denuncia
não tem que provar nada, é a Polícia que deve investigar.
Em uma pesquisa de 2013, os ingleses perguntaram aos
usuários do Metrô se já haviam sofrido algum tipo de assédio sexual e se em algum momento denunciaram isto.
As perguntas incluíam assédios do tipo encarar, comentários
sexuais, apalpar, esfregar, masturbar, ejacular, piscar, atos
indecentes ou até tirar fotografias sem consentimento.
A pesquisa revelou que uma a cada dez pessoas sofreram
assédio e que 90% delas não denunciaram à Polícia. E por que isto não chega às
autoridades? Porque...
- Se tornou comum na sociedade e não são tratados
seriamente;
- As grandes dificuldades da vítima em lidar e
resolver a situação;
- O desconhecimento dos canais de denúncia;
- Por não acreditarem nos resultados da justiça.
Para enfrentar a situação, Londres criou campanhas com
pôsteres, mídias sociais, vídeos e estudos de casos. Encorajaram as vítimas a
ligar para o Disque Denúncia, enviar mensagens de texto ou comunicar
diretamente a um Policial ou Agente do Metrô. Desde 2015, a campanha atingiu
mais de 33 milhões de visualizações no Youtube, sendo também divulgada aos
jovens em escolas e universidades.
Os resultados? Gerou um debate nacional sobre o tema e
em um ano as denúncias saltaram de 10% para 36%.
Com as informações das vítimas, a Polícia traça o
perfil do agressor e entrega melhores resultados à Sociedade. As prisões aumentaram em 40%!
Já em
Washington D.C., capital dos Estados Unidos, as Equipes de frente do
Serviço de Transporte Público, recebem forte treinamento sobre como lidar apropriadamente
nestas situações, já logo no primeiro contato com o denunciante.
Em 2015, os Americanos resolveram pesquisar as
percepções de seus usuários do sistema. Descobriu-se que 20% sofreram assédio
sexual, e que as mulheres eram três vezes mais vítimas do que os homens. E que
77% das vítimas não denunciaram os casos.
Chamou a atenção de que 41% dos
entrevistados conhecia os meios de denúncia e que entre eles existia o dobro de
probabilidade de se denunciar o caso às Autoridades.
A exemplo de Londres, os Americanos tambem optaram pela campanha,
porém na máxima de que "todos merecem respeito"
e ressaltando o interesse do Metrô em ser alertado sempre que o usuário do
sistema se sentir uma vítima de assédio sexual.
Seguindo a linha da inclusão social, a ação também
atingiu várias etnias e a comunidade LGBT, assim como foram criadas opções de
denúncia anônima (Portal, email, mensagem de texto), além da possibilidade de
se reportar diretamente a um Policial ou aos bem preparados empregados do Metrô.
Como resultado da campanha lançada em 2017, o portal
recebeu 61 denúncias de assédio sexual, contra apenas 37 em 2016. Destes
incidentes, 34 foram assédio, 16 incidentes criminais não sexuais e 11
criminais, bem abaixo dos 16 casos reportados em 2016.
A postura de seriedade na tratativa deste assunto
envia um recado à Comunidade e aos agressores:
Caso ocorra um crime, este será investigado e o
responsável encontrado.
Fonte & Matéria Completa: Lost in Transit, Megan Gates, Associate Editor, Security Management - Jun 2018
No Brasil: Saiba o que e importunação o sexual e o que mudou com a nova lei sobre assédio
Marcadores: 5 minutos de Segurança
0 comentários:
Postar um comentário