Uma das razões na busca por um candidato com experiência Militar é sua rede profissional. Esta experiência pode ser vantajosa quando se trabalha em investigações e respostas de emergência. Durante suas carreiras, estes profissionais tiveram inúmeras oportunidades de desenvolver conexões com Forças Locais, Estaduais e Federais.
A aproximação com Autoridades Reguladoras pode trazer vantagem à Organização, tanto na manutenção da conformidade quanto no fomento e compartilhamento de informações, já que muitas Indústrias operam sob fiscalização Pública.
Mas pode um profissional de Segurança, sem experiência Militar, desenvolver semelhante rede de conexões?
O sucesso em uma posição de Gestão de Segurança vai além de "quem você conhece" e depende muito do "que você sabe".
Embora as atividades Militar e de Segurança Privada sejam basicamente encarregadas da Segurança das pessoas e da Propriedade, a maneira como elas exercem essas funções varia muito.
É um equívoco comum pensar que a carreira na Segurança Privada é a versão soft da Militar. O relatório da Security Research Initiative mostrou que apenas 4% dos Policiais veem a Segurança Privada como um parceiro essencial, enquanto cerca de 30% dos entrevistados disse que era “simplesmente tolerada”. O relatório Police Views on Private Security apontou que a percepção dos Policiais é de que a Segurança Privada é uma posição de nível inferior e que a Gestão de Segurança apresenta um trabalho mais fácil, porém não há garantia de que uma carreira Militar prepara adequadamente alguém para a posição de Gestor de Segurança.
Usando o CPP®, como exemplo, dos 07 domínios exigidos na certificação (Princípios e práticas de segurança e de Negócios, Investigações, Segurança Pessoal, de Instalações e da Informação e Gerenciamento de Crises), percebe-se que algumas destas áreas estão fora do que normalmente seria aprendido na carreira Militar.
Investigações apresentam o maior domínio de pontuação de candidatos com experiência Militar, porém na Gestão de Segurança, é necessário um conjunto mais amplo de habilidades, razão pela qual Investigações representam apenas 10% do exame.
Princípios e práticas de Negócios e Segurança da Informação, compõem 22% do exame. Nestas seções ainda são abordados Planejamento Financeiro e Relatórios, RH, Direito Contratual, Seguro, Sistemas de Informação, Segurança de Rede e Proteção de dados, habilidades menos comuns na rotina Militar.
Existem múltiplas formas de Gestão de Segurança, como Gerentes de Contratos de Serviço, de Segurança Empresarial ou Consultores, e que apresentam conjuntos de habilidades diferentes, podendo ou não se beneficiar de um background Militar.
Consultores de segurança podem assumir projetos variados, o que pode ser uma vantagem para um Policial reformado, já que normalmente são trabalhos de curto prazo, que fornecem orientação especializada e implementam soluções de mitigação de riscos. A natureza variada das demandas dos clientes permite que uma Agência de Consultoria selecione o melhor profissional para atender o cliente.
A Gestão da Guarda compõe boa parte dos cargos de Gestão de Segurança e se assemelha à estrutura da Polícia; no entanto, existem responsabilidades adicionais tipicamente relacionadas a RH e Folha de Pagamento que podem ser novas para alguém vindo da Força Pública. É onde o título de Gerente de Segurança varia muito e pode se apresentar com pouco ou nenhum envolvimento direto com a operação ou até ser quase indistinguível da Equipe de Segurança.
No nível Corporativo, um Gerente de Segurança Empresarial pode ser um especialista em Planejamento de Continuidade de Negócios, Conformidade Regulatória ou de Projetos, exigindo conhecimento em novas tecnologias e infraestrutura de rede, onde os sistemas de segurança operam.
Em uma carreira típica Militar, desenvolver conhecimentos e habilidades de TI não é comum. Já no Setor Privado, os profissionais de Segurança trabalham diretamente com a equipe de TI, na instalação e operação dos sistemas de segurança, controle de acesso e CFTV. Um Gestor de Segurança, por exemplo, deve entender o impacto das câmeras IP na rede da Empresa e proteger as informações pessoais captadas pelo Controle de Acesso, assim como conhecer a Segurança da Informação.
O artigo How to Survive the Academy indica que 14% dos recrutas da Academia de Polícia não se forma. Logo no início do processo, a Academia identifica os recrutas que provavelmente não terão sucesso. No entanto, não há Academia de preparação para a carreira no Setor Privado, ou que elimine os menos propensos.
Um Policial reformado normalmente se destacará como Segurança armado, Investigador ou Consultor de Segurança. Essas posições dependem muito de habilidades e experiências adquiridas na carreira Militar. No entanto, a mudança direta para posição de Gestão de Segurança pode apresentar desafios inesperados.
A transição deve ser planejada. A maioria dos Policiais cria contatos dentro de Empresas, gerando oportunidades para uma transição de carreira. Estes contatos podem ajudar na identificação de habilidades e experiências necessárias ao sucesso na nova missão.
Participar de
Grupos como ASIS, ABSeg ou outra Associação de Segurança pode ajudar a entender
a área de Negócios.
Nem todas as transições da carreira Militar para a Segurança são simples, e nem todas as experiências se aplicam. Mesmo um profissional Militar experiente deve manter a mente aberta durante a transição. Deve-se aprender as expectativas e limitações da nova posição, entender a cultura da Empresa e onde a Segurança se encaixa nela.
Qualquer profissional que queira avançar em funções de Gestão precisa reconhecer seus pontos Fortes e Fracos e tomar as medidas apropriadas para fechar lacunas de conhecimento. Os candidatos devem buscar recursos educacionais contínuos para aprimorar habilidades e forjar uma robusta rede de contatos, tanto em Organizações Públicas, quanto Privadas.
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