... “A porta da sala de aula se
abre. Um aluno perturbado, com uma arma na mão, pressiona o cano da arma contra
a cabeça e diz: "Não aguento mais".
Como o professor responderá a essa situação? Com táticas verbais ou físicas? Será que se agir rápido demais colocará os estudantes em perigo?
Como o professor responderá a essa situação? Com táticas verbais ou físicas? Será que se agir rápido demais colocará os estudantes em perigo?
Professores treinados em tiro
são mais propensos a reagir a esta situação, atacando o aluno ou jogando coisas
nele, em vez de criar imediatamente um bloqueio e ligar para a Polícia. A reação de ataque poderia agravar
a situação quando o tempo permitisse a aplicação de procedimentos mais seguros.
Na esteira de massacres, as instituições
estão se preparando para situações de emergência com programas de treinamento
baseados em cenários. Esta abordagem permite que as escolas
se preparem para uma série de incidentes, incluindo assédio moral, assédio
sexual e desastres naturais.
Testar a fidelidade nos treinamentos permite que os
administradores e professores vejam como os participantes aplicam o treinamento
em cenários estressantes. Durante uma crise real, as pessoas geralmente reagem
de maneira diferente da que foram treinadas.
Os líderes escolares podem então aprender a confiar
nas políticas e procedimentos desenvolvidos, bem como em planos de comunicação
e emergência.
São criadas etapas
de bloqueio antes de se executar os cenários, como ligar para a Polícia, abrigar-se no local ou acionar o alarme
de incêndio, por exemplo.
Os cenários criados podem incluir vídeo que
descreve situações potencialmente violentas e que deixem os participantes com
várias opções sobre como reagir.
Em um cenário, uma mulher grita com o pessoal da
secretaria da escola enquanto empunha um martelo. Em outro, um aluno em um
ônibus escolar surge com uma arma e grita: "Fiquem quietos e ninguém se machuca!". O vídeo é interrompido e os participantes são questionados sobre como reagiriam.
Os cenários devem levar em conta as características
de resposta para cada local, como por exemplo, uma escola com policiamento, ou aquela em que é necessário tempo de resposta de uma força de segurança.
Sem treinamento, os avaliadores americanos
descobriram que os administradores e funcionários de escolas falham em iniciar
ou solicitar um bloqueio em 70% das situações. Mais de 55% dos participantes
não ligaram para a Polícia em cenários de alguém com uma arma, e 39% dos
participantes não conseguiram acionar o alarme de incêndio em situações
envolvendo incêndio.
Geralmente quem não é treinado opta por atacar em
situações em que não era a melhor opção. No caso de um aluno suicida, um
funcionário da escola provavelmente lançaria um objeto ou atacaria o aluno armado. Tal reação
poderia ser mortal, possivelmente levando o aluno a atirar em si mesmo ou nos demais. Conversar com o aluno, incentivando-o a abaixar a arma e perguntando se
está tudo bem os outros alunos saírem da sala de aula, poderia salvar vidas.
É necessário se preparar para outros métodos de
ataque, incluindo armas brancas, ataques com ácido ou fogo. Incidentes que
muitas vezes passam despercebidos, como intimidação, assédio sexual, má conduta
sexual, acesso de visitantes e segurança no trânsito devem também abranger o assunto.
Todos os funcionários devem ser incluídos nos treinamentos, incluindo
motoristas de ônibus e funcionários de refeitório. É necessário demonstrar que eles não apenas têm poder, mas
também são obrigados a relatar essas situações.
Seguir as políticas e procedimentos pode salvar
inúmeras vidas. Em novembro de 2017, uma escola americana iniciou seu
procedimento de bloqueio quando um funcionário ouviu tiros nas proximidades. O
atirador tentou entrar, mas não conseguiu encontrar uma porta aberta.
Os ataques em massa nas escolas podem ocorrer em
questão de minutos. Um incidente em massa em Chicago, deixou 21 vítimas feridas
quando um estudante começou a atacar outros estudantes em um corredor lotado.
Ataques semelhantes ocorreram na China, no Japão e na Suécia.
Ataques com ácido são comuns no Reino Unido, Índia,
África Oriental e Vietnã, por exemplo. Em setembro de 2016, na Escócia, um
estudante colocou ácido no violino de um colega. As pernas da vítima terminaram por
desfiguradas. Estes tipos de ataques são relativamente fáceis de realizar
porque o ácido é barato e pode ser escondido em garrafas que parecem
inofensivas. Os ferimentos sofridos nesses ataques são horríveis e
irreversíveis, e há preocupações de que esse método de ataque possa se tornar
mais comum.
Muitos treinamentos falham em lidar com ataques
combinados, ou seja, com duas ou mais armas de ataque, como armas de fogo e explosivos,
armas de fogo e fogo, e assim por diante. No Colorado, um estudante atirou em
seus colegas de classe várias vezes antes de jogar três coquetéis Molotov que
incendiaram a biblioteca, depois atirou em si mesmo. Os métodos de ataque
combinados apresentam complicações aos socorristas, que devem decifrar onde
cada ameaça está localizada e com qual delas lidar primeiro.
Um alto grau de fidelidade nos treinamentos ajuda a
reduzir a distância entre o que as pessoas fazem sob estresse e o que elas
provavelmente farão. Interessante verificar se as pessoas são capazes de:
• Demonstrar a capacidade de identificar
realmente quando estão em uma situação de tiro ativo;
• Aplicar cada opção de forma apropriada aos
cenários que elas não conhecem;
• Aplicar cada opção com intervalos de tempo
limitados durante o cenário e com informações incompletas;
• Demonstrar a capacidade de identificar
quando estão em uma situação envolvendo armas de fogo, porém que não constitui
um evento de tiro ativo;
• Demonstrar a capacidade de abordar
adequadamente uma ampla gama de cenários envolvendo outras armas que não apenas de fogo.
Vale lembrar as regras de segurança durante os treinamentos, bem como a aplicação da lei local é um recurso valioso para simular
situações de ameaças de uma maneira segura, já que os policiais realizam
treinamentos similares de tempos em tempos. Isto pode ajudar a evitar problemas
de litígio e responsabilidade, bem como aprimorar a experiência geral de
participantes e instrutores.
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