5 minutos de Segurança... Como se previnir de Ataques em Escolas




... “A porta da sala de aula se abre. Um aluno perturbado, com uma arma na mão, pressiona o cano da arma contra a cabeça e diz: "Não aguento mais".

Como o professor responderá a essa situação? Com táticas verbais ou físicas? Será que
se agir rápido demais colocará os estudantes em perigo?

Professores treinados em tiro são mais propensos a reagir a esta situação, atacando o aluno ou jogando coisas nele, em vez de criar imediatamente um bloqueio e ligar para a Polícia. A reação de ataque poderia agravar a situação quando o tempo permitisse a aplicação de procedimentos mais seguros.

Na esteira de massacres, as instituições estão se preparando para situações de emergência com programas de treinamento baseados em cenários. Esta abordagem permite que as escolas se preparem para uma série de incidentes, incluindo assédio moral, assédio sexual e desastres naturais. 

Testar a fidelidade nos treinamentos permite que os administradores e professores vejam como os participantes aplicam o treinamento em cenários estressantes. Durante uma crise real, as pessoas geralmente reagem de maneira diferente da que foram treinadas.

Os líderes escolares podem então aprender a confiar nas políticas e procedimentos desenvolvidos, bem como em planos de comunicação e emergência.

São criadas etapas de bloqueio antes de se executar os cenários, como ligar para a Polícia, abrigar-se no local ou acionar o alarme de incêndio, por exemplo.

Os cenários criados podem incluir vídeo que descreve situações potencialmente violentas e que deixem os participantes com várias opções sobre como reagir.

Em um cenário, uma mulher grita com o pessoal da secretaria da escola enquanto empunha um martelo. Em outro, um aluno em um ônibus escolar surge com uma arma e grita: "Fiquem quietos e ninguém se machuca!". O vídeo é interrompido e os participantes são questionados sobre como reagiriam.

Os cenários devem levar em conta as características de resposta para cada local, como por exemplo, uma escola com policiamento, ou aquela em que é necessário tempo de resposta de uma força de segurança.

Sem treinamento, os avaliadores americanos descobriram que os administradores e funcionários de escolas falham em iniciar ou solicitar um bloqueio em 70% das situações. Mais de 55% dos participantes não ligaram para a Polícia em cenários de alguém com uma arma, e 39% dos participantes não conseguiram acionar o alarme de incêndio em situações envolvendo incêndio.

Geralmente quem não é treinado opta por atacar em situações em que não era a melhor opção. No caso de um aluno suicida, um funcionário da escola provavelmente lançaria um objeto ou atacaria o aluno armado. Tal reação poderia ser mortal, possivelmente levando o aluno a atirar em si mesmo ou nos demais. Conversar com o aluno, incentivando-o a abaixar a arma e perguntando se está tudo bem os outros alunos saírem da sala de aula, poderia salvar vidas.

É necessário se preparar para outros métodos de ataque, incluindo armas brancas, ataques com ácido ou fogo. Incidentes que muitas vezes passam despercebidos, como intimidação, assédio sexual, má conduta sexual, acesso de visitantes e segurança no trânsito devem também abranger o assunto. Todos os funcionários devem ser incluídos nos treinamentos, incluindo motoristas de ônibus e funcionários de refeitório. É necessário demonstrar que eles não apenas têm poder, mas também são obrigados a relatar essas situações. 

Seguir as políticas e procedimentos pode salvar inúmeras vidas. Em novembro de 2017, uma escola americana iniciou seu procedimento de bloqueio quando um funcionário ouviu tiros nas proximidades. O atirador tentou entrar, mas não conseguiu encontrar uma porta aberta.

Os ataques em massa nas escolas podem ocorrer em questão de minutos. Um incidente em massa em Chicago, deixou 21 vítimas feridas quando um estudante começou a atacar outros estudantes em um corredor lotado. Ataques semelhantes ocorreram na China, no Japão e na Suécia. 

Ataques com ácido são comuns no Reino Unido, Índia, África Oriental e Vietnã, por exemplo. Em setembro de 2016, na Escócia, um estudante colocou ácido no violino de um colega. As pernas da vítima terminaram por desfiguradas. Estes tipos de ataques são relativamente fáceis de realizar porque o ácido é barato e pode ser escondido em garrafas que parecem inofensivas. Os ferimentos sofridos nesses ataques são horríveis e irreversíveis, e há preocupações de que esse método de ataque possa se tornar mais comum.

Muitos treinamentos falham em lidar com ataques combinados, ou seja, com duas ou mais armas de ataque, como armas de fogo e explosivos, armas de fogo e fogo, e assim por diante. No Colorado, um estudante atirou em seus colegas de classe várias vezes antes de jogar três coquetéis Molotov que incendiaram a biblioteca, depois atirou em si mesmo. Os métodos de ataque combinados apresentam complicações aos socorristas, que devem decifrar onde cada ameaça está localizada e com qual delas lidar primeiro.

Um alto grau de fidelidade nos treinamentos ajuda a reduzir a distância entre o que as pessoas fazem sob estresse e o que elas provavelmente farão. Interessante verificar se as pessoas são capazes de:

•  Demonstrar a capacidade de identificar realmente quando estão em uma situação de tiro ativo;

• Aplicar cada opção de forma apropriada aos cenários que elas não conhecem;

• Aplicar cada opção com intervalos de tempo limitados durante o cenário e com informações incompletas;

•  Demonstrar a capacidade de identificar quando estão em uma situação envolvendo armas de fogo, porém que não constitui um evento de tiro ativo;

•  Demonstrar a capacidade de abordar adequadamente uma ampla gama de cenários envolvendo outras armas que não apenas de fogo.

Vale lembrar as regras de segurança durante os treinamentos, bem como a aplicação da lei local é um recurso valioso para simular situações de ameaças de uma maneira segura, já que os policiais realizam treinamentos similares de tempos em tempos. Isto pode ajudar a evitar problemas de litígio e responsabilidade, bem como aprimorar a experiência geral de participantes e instrutores.


Fonte & Matéria Completa: 

Put Training to the test, Michael Dorn, CEO of Safe Heavens International, Security Management - Jan 2018



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