A pandemia exigiu Home Office e até fechamento de escritórios, alterando formas de recrutamento, avaliação e contratação e, embora algumas mudanças sejam temporárias, outras apresentam oportunidades a longo prazo.
Em suas atribuições, basicamente, os seguranças devem estar quando e onde deveriam, atentar aos padrões, entender suas responsabilidades, documentar tanto a rotina quanto o extraordinário, e notificar as ocorrências à pessoa pertinente.
No entanto, o nível de sofisticação e visibilidade exigidos do segurança evoluiu, e agora está centrado no treinamento mais extenso e na capacidade de agir, comunicar e responder ao cliente e às diversas áreas relacionadas à segurança. Além disto, devem controlar o acesso, receber VIP, escoltá-los aos seus destinos, interagir com a Polícia local, liderar evacuações, responder à emergências médicas, contornar situações tensas e mitigar riscos.
O segurança de hoje busca potenciais ameaças enquanto manuseia sistemas de vigilância tecnologicamente avançados. A rotina inclui relatórios eletrônicos de incidentes, monitoramento de câmeras e bastões de ronda; tudo em tempo real. As ferramentas tecnológicas e habilidades para usá-las tornaram-se padrão, otimizaram o desempenho e ainda coletam dados de gerenciamento de riscos.
Com a escassez da mão de obra especializada nos últimos anos, criaram-se estratégias para atrair e reter os millennials (nascidos entre 1981 e 1996) altamente educados. Enfatizou-se o alinhamento de valores, horários flexíveis, conhecimento de tecnologia e investimento pessoal no trabalho. A questão, porém, seria sobre como estes millennials de nível básico se portariam na Segurança Privada.
Antigamente, os candidatos bem-sucedidos eram pontuais em uma entrevista, vestiam-se apropriadamente, e pareciam interessados. No entanto, o concorrido mercado de trabalho mudou o calibre dos candidatos, especialmente para os de nível básico. De repente, o candidato médio exalava um ar de tédio e desinteresse. Tatuagens, piercings e cabelos coloridos passaram de raros a comuns. Por fim, durante entrevistas, seguranças se recusavam a trabalhar pelos salários oferecidos. E, com a grande demanda na pandemia, o recrutamento e o treinamento de candidatos qualificados ficaram ainda mais desafiadores.
Nesta esteira, o COVID-19 forçou a redução do tempo gasto ao recrutar e contratar efetivo de segurança, e forçou a tecnologia a apoiar com soluções. Softwares mais modernos, facilidade em chamadas de vídeo e a necessidade de minimizar a interação presencial, trouxe o recrutamento remoto de seguranças; um movimento perigoso. De qualquer forma, continuar essa prática depende de nós, pois se a necessidade ditou a mudança, logo cabe à indústria responder se aceita o novo status quo.
O recrutamento de hoje mal se assemelha há uma década. Os anúncios de jornais desapareceram. Os sites de empregos disputam para se tornar plataformas de emprego cada vez mais abrangentes. A publicidade nas mídias sociais é barata e pode ser direcionada, e editar seções de comentários, tornou-se essencial aos RHs... que por sua vez se tornaram plataformas de vídeo, onde os recrutadores maximizam as videoconferências e aproveitam para observar os maneirismos dos candidatos.
Percebeu-se, porém, que as bases para uma entrevista presencial, como pontualidade, atenção e esforço na preparação, ainda são aplicáveis. E mais, candidatos se saíram bem, e com situações engraçadas, semelhantes à ocorrida em uma entrevista da BBC, ainda em 2017. Especialistas entendem que as entrevistas à distância e por atacado, provavelmente permanecerão a longo prazo, e que foram um alerta àqueles que ainda praticam técnicas tradicionais de contratação.
No início de 2020, a forma de se tratar a papelada tradicional de contratação tomou um novo formato. Os candidatos à segurança começavam o dia com uma prancheta, uma caneta e suas respectivas documentações. Alguns meses depois, a prancheta ficou obsoleta. Entraram os softwares de assinatura digital e eliminou-se o toque de objetos compartilhados, como canetas; além da papelada ser preenchida ainda na segurança e conforto do lar.
Diante das limitações dos e-mails, candidatos mais velhos recebem telefonemas lembrando-os de verificar suas caixas de entradas, enquanto os candidatos jovens, lembretes de mensagens de texto. Tudo isso reduziu o risco presencial, tanto para o recrutador quanto do novo candidato, e por fim transparece que a organização se preocupa com a saúde de seus funcionários, uma mensagem sólida aos candidatos.
Na
indústria da segurança, eram comuns os vídeos de treinamento e a limitação a um
terminal fornecido pelo escritório, por DVD ou link na web, geralmente
supervisionados para garantir que fossem visualizados e
compreendidos. Porém, o treinamento remoto recebeu dois reforços. Primeiro, o
conteúdo agora pode ser configurado para não ser avançado ou ignorado, além do funcionário
poder ditar seu próprio ritmo de aprendizado. O segundo benefício, é a
capacidade de incorporar perguntas durante o assunto ou um teste final. O
fracasso do candidato, seja por dificuldade de absorver o conteúdo ou não
prestar atenção, é um forte indicador de que ele pode falhar como segurança.
Possivelmente, não teremos uma regressão de tudo isto após a pandemia, dada a facilidade e eficiência da entrevista remota e o conforto do candidato com a tecnologia. Aliás, se alguém não consegue progredir em uma entrevista digital, o que se esperar sobre um dispositivo móvel, com software de acompanhamento e geração de relatórios?
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