Machu Picchu, Patrimônio Mundial |
Nota do Blog:
Em 2017 fui contratado como Security Specialist, e isto trouxe a carga de conhecimento exigida à designação. A busca em ser um profissional de Segurança completo, levou à necessidade do saber em outras frentes de Segurança, e que não são tão comuns na Patrimonial. O CPP foi o pontapé inicial, e dele novas janelas se abriram, como por exemplo, Segurança de Portos (PFSO), Navios (CSO), Gerenciamento de Crise, ou até a administração de Canil e cães. Só que uma delas “brilhou mais meus olhos”: A Segurança de Sítios Arqueológicos. Interessante foi perceber ainda mais o quão importante é o trabalho em conjunto com nossa irmã H&S. Em alguns momentos fica difícil saber quem realmente é o dono do processo. Portanto, começo aqui, com vocês, meus estudos sobre o assunto. E o Site escolhido foi Machu Picchu. No futuro, espero poder abordar os desafios dos Sites Egípcios, como são controlados, o deslocamento e transporte dos artefatos, múmias, sarcófagos e relíquias encontradas, etc...
Como você percebeu, logo no início fiz questão de frisar que a Cidade é um Patrimônio Mundial... e cuidar do Patrimônio é nossa tarefa! Então vamos lá...
Em 2014, as autoridades aumentaram a segurança dos visitantes ao Site, estabelecendo um corredor de segurança de 230 quilômetros entre cidade de Cusco, o Vale Sagrado dos Incas, Machu Picchu, a cidadela, e a Trilha Inca. O turismo excessivo, especialmente em um local tão frágil, e a extensa área do Site, exigiram então um estruturado organismo de Segurança.
O Parque é monitorado por um Centro de Controle da Polícia de Turismo e o sistema de comunicação digital conecta agentes a pé ou motorizados. Câmeras de segurança de alta definição, estrategicamente posicionadas, e um sistema de drones apoiam a operação. Contudo, em janeiro de 2020, turistas invadiram e danificaram o Templo do Sol. Um deles defecou dentro da cidadela. Cinco foram deportados e um preso, por vandalismo. Por conta de incidentes assim, e de invasões de turistas fora dos horários de funcionamento, o número de seguranças foi aumentado e todos os passeios passaram a ser acompanhados por guias turísticos
Em resposta, serão instaladas mais 30 câmeras térmicas em pontos de acesso e os drones passarão a contar com câmeras térmicas para observar turistas e monitorar incêndios. Os 43 quilômetros da Trilha Inca receberão mais câmeras. Além disto, a Polícia Nacional do Peru tem acesso em tempo real ao sistema, e ainda conta com uma frota de helicópteros dedicada. Tudo para uma rápida resposta em situações de emergências climáticas, médicas ou patrimoniais.
São aproximadamente 200 agentes de segurança, e alguns deles disfarçados, focados no trabalho de inteligência e em prevenir crimes, antes mesmo que aconteçam. Desta forma já foi possível detectar turistas danificando o patrimônio, fazendo uso de drogas, invadindo à noite, além de tentativas de furto de rochas, especialmente prejudiciais, já que o parque é construído a partir de um material que os Incas criaram dissolvendo rochas.
Antenados, a Polícia de Turismo criou um app para apoiar os visitantes. O aplicativo pode enviar mensagens diretamente ao Centro de Controle. O reporte identifica automaticamente a localização do usuário e gera uma resposta imediata das unidades de segurança que estiverem mais próximas do local.
Devido à pandemia, o Site foi fechado para visitantes internacionais e atualmente são permitidos apenas 675 turistas peruanos por dia, muito abaixo das 5.000 pessoas que visitavam o local durante a alta temporada. Foram estabelecidas restrições sobre o número de visitantes por passeio e os turistas orientados a manter o distanciamento social, assim como evitar contato excessivo com outras pessoas durante a visita.
Nesta esteira de segurança, vem o Gerenciamento de Crises, geralmente liderado pelo Gestor de Segurança, e Machu Picchu enfrenta uma variedade de ameaças e desafios:
- Excesso de pastagem e incêndios florestais;
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Extração mineral;
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Geração de resíduos sólidos;
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Práticas agrícolas insustentáveis;
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Agravamento da erosão;
- Deslizamentos de terra, etc.
Em 1997, um grande incêndio ameaçou o Site. O fogo, iniciado por agricultores locais, para limpar terras agrícolas, devastou mais de 8km² de florestas montanhosas.
Além disso, em caso de um desastre ambiental, existem os desafios de acesso ao Site, já que o aeroporto mais próximo fica a 75 quilômetros. Como solução, foram planejados sistemas de evacuação e de emergência em resposta a incêndios.
Avaliações de impacto ambiental se mostram necessárias, bem como pesquisas de segurança e estudos de alternativas de acesso à Trilha Inca. Outro assunto preocupante está relacionado ao uso das terras na região, criando vulnerabilidades para uma infinidade de stakeholders (Governo Local, órgãos Federais de Recursos, Cultura, Energia e até Ferrovia), tudo dentro de um complicado sistema de gestão.
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