O velório

Vó Adélia
Minha família tem a mania de contar piadas durante nossos velórios, mas tudo por debaixo do pano. Sei lá, tem gente que não gosta... tipo os filhos do morto, etc. Por outro lado somos muito emotivos. Da mesma forma que contamos piadas até sobre os falecidos, nos desmanchamos em lágrimas quando o caixão se fecha. Lembro que nem mesmo o velório da minha avó passou em branco. Naquela época o celular era uma tecnologia nova e cara e apenas um dos presentes possuía equipamento tão necessário naquele momento. É assim que surge na história nosso amigo Marcos, dono do tão desejado celular e que, apesar de não fazer parte da família, "prestigiava" o velório. Lembro que ele não havia carregado totalmente a bateria do aparelho e as diversas chamadas, relativas à ocasião, estavam consumindo a bateria rapidamente. Por sorte, ele carregava consigo o tal carregador e naquele momento precisávamos que o aparelho fosse carregado nas proximidades do local em que minha avó era velada para que os parentes pudessem atender as ligações e orientar seus entes queridos sobre detalhes do velório (Local, horário do enterro, etc.). Ocorre que dentro da sala existia apenas 01 tomada e... bem ao lado do caixão. Até aí nada demais, né?

Pelo contrário, o celular em determinado momento e, como já era esperado, tocou. A situação foi estranha para todos, pois poucos estavam acostumados com um celular tocando, ainda mais vindo da lateral de um caixão.

Marcos estava fora da sala e demorou a atender... Neste momento meu primo, Marcello, se aproximou de mim e, rápido como uma cobra, espetou...

- Pô, o Marcos não se liga... Atende logo o celular se não vai acordar a vó!

E dizem que eu sou o FDP da família!

Marcos
Abraço



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