Rotina Militar

 Rottweiler PE Arthur, eu acho...
"É... tirei muito serviço de Oficial de Dia na PE e torrei muito soldado na Parada!"

Parada Diária: É uma das rotinas da caserna onde a guarnição que entra de serviço é avaliada. No vídeo até o totó esta em forma para a revista. Durante a Parada é verificada desde a documentação e o fardamento até o corte de cabelo, e aki eu faço uma pausa.

Todo soldado/cabo possui um "cartão de cabelo" que constitui um documento onde se controla a frequência de corte de cabelo do referido militar. Funciona assim, o soldado/cabo primeiro corta o cabelo "dentro do padrão", o popular Reco, e depois solicita a aprovação (Assinatura) de algum Oficial da sua Unidade, simples assim. Claro que só isto não exime estes militares de, mesmo estando com o cartão de cabelo em dia "com as mensalidades do baú", serem punidos por estarem com o corte de cabelo fora do padrão. Complicou? Desculpe, é assim que o negócio funciona. E funciona.

Postura, fardamento impecável, documentação em dia e barba feita. Alguns dizem que utilizavam algodão para saber se o camarada fez a barba corretamente. Lenda. Nunca vi ninguém fazer isto. E se alguém fez isto algum dia é porque queria causar. Na parada pode-se avaliar perfeitamente se o cara raspou a fuça. Deixem de história.
  
Eu costumava ser bastante razoável na revista, mas quando pegava um barbudo...

- Gosto muito de te ver leãozinho... Caminhando sob o sol, leãozinho...

Cantava a musiquinha do Caetano pro praça e... torrava o cara!

Funcionava assim, o Sargento Adjunto acompanhava o Tenente na revista e ía anotando o nº dos caboclos que o Tenente mandaria pra "Hora do Pato". Outra pausa...

A Hora do Pato era uma espécie de chance que o bisonho tinha para se explicar pro Comandante de Cia dele. Convenceu, tá liberado... Não, "teje preso"! Legal, né? Coturno mal engraxado, cartão de cabelo vencido, barba mal feita, e assim vai... Hora do Pato. E posso dizer que provar inocência na Hora do Pato era tão difícil como lamber o cotovelo.

Sobre a barba já falei, documentação e fardamento sem novidades, mas e a postura? Eu me referia a atitude de um militar sempre que está em forma. A tal da imobilidade. Mexeu, Hora do Pato. Coçou, Hora do Pato. Espirrou, Hora do Pato. Mosquitone dentro do nariz, Hora do Pato. Ai, ai, ai... em frente...

Após a Parada ainda rola um "desfile" da guarnição para o comandante da tropa. Detalhe para a Fanfarra. O som é meio mequetrefe porque ela é formada apenas por soldados que estão no serviço militar obrigatório de cada ano. Ela tem a finalidade de acompanhar as atividades básicas e de rotina na Unidade. Não confunda com as diversas Bandas do Exército, ok? Atenção tb para os totós que participam do desfile. Percebam que eles "marcham" ao lado dos condutores e sem o uso da guia. Chique né?

Hasteamento da Bandeira: Pára tudo! Este é o momento do nosso Pavilhão Nacional ser cultuado de uma forma exemplar. A pequena cerimônia diária é comandada pelo Oficial de Dia e a bandeira é conduzida pelo Sgt Adjunto, escoltado por dois soldados. Sempre em atitude marcial. Todos os dias pela manhã e ao final da tarde, antes do sol se por. Peço desculpas por não ter gravado a entrada da bandeira, acho que eu estava tomando café no Cassino do Oficiais  (Refeitório) neste momento.

O corneteiro dita o ritmo da subida/descida da bandeira e, todo o contingente na caserna, pára pra saldá-la. Isto mesmo, até quem está dentro de uma sala qualquer deve se levantar, ficar voltado para a direção em que ocorre o hasteamento e prestar continência durante a execução do toque de corneta. Tipo como o muçulmano faz em relação à Meca, tá ligado? No banheiro, futebol, refeitório, e assim por diante. Levanta e presta continência. Estranho, diferente? É desta maneira em todos os Quarteis do Exército.

Podem dizer que é exagero e que o militar está a um passo do ridículo, mas quem passou pela vida militar entende como a preservação dos valores é tão importante na manutenção de uma instituição, condução de uma família ou na formação do caráter.


Abraço

Turma do Rato Buca

Turma do Rato Buca
Na Vila Maria existiam 2 turmas de Balão: o Caxanga e a Balão Azul. O Caxanga contava com a arte do criador da marca The Wall e tinha uma fama mais sólida, mística, famosa naquela região e a Balão Azul com um pessoal, como diria, mais abastado financeiramente. Reunimos o pessoal da Rua Sobral Jr. e decidimos criar nossa própria turma... nascia a Turma do Rato Buca. Desculpem, não sei porque o Rato tinha este nome, porque era um rato e o que ambos tinham em comum, o que sei é que o Loriel (Ver o post Azeitonas na Geladeira) conseguiu a arte e, no mínimo, o Magrelo soprou o nome.

Dentro das muitas histórias que coleciono desta galera escolhi iniciar este novo ramo de posts disponibilizando algumas fotos de um Carrapeta que soltamos na época. Lembro que foi difícil arranjar grana para finalizar o balão, logo não tínhamos dinheiro para anexar uma fogueteira a ele. O Carrapeta necessita de algo pesado embaixo para diminuir as chances de queimar. Decidimos enviar um boneco de pano vestido com algumas roupas velhas minhas e que o balão soltaria já quando estivesse bem alto. Detalhe, fizemos um paraquedas bem legal pra dar estilo à queda.

No bico estava o Binho
Este foi nosso paraquedista

O maçarico era emprestado

A "aranha" (Tocha para os leigos) foi o Magrelo quem fez



 Alguns membros da Turma: Loriel, Moscou, Claudinei e Binho. O de amarelo, além de não ser da Turma, eu não me lembro do nome...

* Não vesti a camisa da Turma para a foto pq não cabe mais.
** O paraquedas funcionou muito bem, porém a queda não foi tão lenta como esperávamos.
*** Recuperamos o boneco ainda com minhas roupas.

Abraço

Soldado anônimo

Sabe estes porquinhos porta-moeda de plástico e que os caras vendem no Centro de São Paulo, então, resolvi presentear um amigo com um destes só pra sacanear o Palmeiras dele. Passou algum tempo e o cara apareceu com outro porquinho que na verdade parecia um leitão de tão grande que era o "cofrinho". Ele contou que o porquinho anterior lhe rendeu uma bagatela de R$ 139,00 em moedas e que isto o motivou para guardar mais dinheiro com este tipo de economia.

- Caramba! Com este aí vc chega nuns 2 pau facinho! (Tradução: R$ 2 mil).

Isto lembrou uma história de quartel (Aquele na Abílio Soares) ocorrida em 1994. Não lembro o nome do soldado e se lembrasse não colocaria neste post, contudo vamos lá...

O subtenente reformado Novaes, já falecido, possuía uma cantina dentro do Batalhão e próximo a uma das janelas do local ele mantinha um porta moedas com uma quantidade razoável de dinheiro. Em determinada noite alguns soldados resolveram furtar o tal porta moedas e tudo acabou vindo à tona no dia seguinte.

O 2º BPE contava com o PIC, Pelotão de investigações Criminais, e por se tratar de uma alteração GRAVE, o assunto foi minunciosamente investigado e todos os envolvidos posteriormente identificados.

Lembro que um dos pais dos rapazes veio ao quartel buscar informações do porquê seu filho permaneceria 30 dias detido. Isto parecia estranho a ele que desconfiou das desencontradas explicações fornecidas pelo seu descendente. Naquela época eu era Comandante de 1ª Cia de Polícia do Exército e o recebi em minha sala para dar as devidas explicações.

Era um senhor simples, trabalhava de pedreiro, e que se ausentara do trabalho rapidamente para poder entender a situação. Expliquei tudo e solicitei a presença do soldado à sala. Neste meio tempo o senhor questionou-me como, eu ainda tão jovem, havia conseguido me tornar Tenente do Exército. – Vc tem quase a mesma idade do meu filho! – Comentou impressionado.

Já na presença dos dois, aquele simpático senhor iniciou seu discurso... Falou sobre a vergonha que estava passando e sobre algumas coisas que aqueles que são pais jamais gostariam de passar... O jeito com que falava lembrava-me meu pai e pude me colocar no lugar daquele filho que havia decepcionado seu velho. Foi emocionante ver pai e filho em prantos e nem mesmo eu pude agüentar a situação e, antes de começar a chorar, retirei-me da sala para que eles pudessem conversar mais tranquilamente.

A situação dos envolvidos na ocorrência não era fácil, o Comandante do Batalhão ainda aguardava minha opinião sobre expulsar os soldados e, diante daquele homem, fui obrigado a explicar o que ainda poderia acontecer ao seu filho.

 Vejam, não obtive reação diferente do que esperava daquele pai. Em nenhum momento ele tentou me persuadir, pelo contrário...

- “Meu filho deve responder por suas atitudes da forma que vcs julgarem correto!”.

E assim foi. Pelo menos na minha visão do caso. Responsabilizei-me pelos soldados envolvidos e informei ao Coronel que acompanharia de perto o desempenho de todos até o final do Serviço Militar Obrigatório. Qualquer deslize resultaria no desligamento a bem da disciplina.

Bem, eles conseguiram reverter a situação e se mostraram bons soldados durante o restante do ano, conseguindo completar seu período dentro das fileiras do Exército.

Taças para sorvete - 1994/2010



Durante a formatura militar daquela turma, uma surpresa, fui presenteado pelos pais do soldado. Foi algo muito simples e que representava a gratidão daquela família que passou pela minha vida. Tenho certeza que o valor foi muito pequeno, porém para aquele pai foi o melhor que pode oferecer. Ao lado, segue a foto do presente, ainda em uso.

Abraço

Helps!

Vô João
Eu adorava meu avô e com certeza no futuro vou dedicar um post só pra ele, por enquanto adianto que ele gostava de assistir o "Aqui Agora" só para ouvir o cara de gravatinha borboleta falar... "Here now!"

- Este apresentador fala bonito! - Dizia ele.

Tenho certeza que ele gostaria demais de ouvir o Carro Velho, locutor da 104...

- Não entendi nada... mas o radialista falou bonito! - Diria ele.


Abraço

O Tombo

Resolvi acrescentar às minhas atividades físicas a modalidade Bike. Eu servia no QG (Quartel General) na Rua Sgt Mário Kozel Filho, em frente a Assembléia Legislativa no Bairro do Ibirapuera - SP. Acontece que nesta época eu ainda morava com a minha mãe na Vila Maria, ou seja, a aproximadamente 16 quilometros da Caserna. Veja bem, eu praticava natação 2 vezes por semana, ginástica preparatória e futebol nos outros três dias úteis e ainda queria percorrer 64 quilômetros (2 dias) de bicicleta na mesma semana. Vamos lá... 25 anos, ex-PE, 1º Tenente, esperto... adivinhe no que deu.

Para retornar do quartel era necessário subir a Avenida 23 de maio, que é uma ladeira e tanto, mas como ainda se iniciava o percurso dava pra levar na boa. Quando terminava a subida vinha a recompensa, uma descida animal até o vale do Anhamgabaú.

Eu tinha velocímetro na minha magrela e constantemente chegava aos 60 Km/h naquele trecho. Sempre gostei de andar de bicicleta e confesso que tinha certa habilidade neste esporte, ao ponto de soltar as mãos na descida da 23 para tomar "aquela brisa", né? Pelo menos era o que eu achava até aquele fatídico final de tarde de terça-feira.

Mais ou menos na metade da ribanceira, ou seja, embalo total, eu resolvi relaxar e como era de costume soltei as mãos do guidão e passei a apreciar a sensação de liberdade, só que a pista não estava tão boa quanto eu esperava.



Sabe quando a prefeitura remenda uma falha no asfalto, tipo um trecho que está com buracos? Então, o lugar era tão maledento que o remendo que fizeram tb estava muito ruim. Graças a Deus eu consegui perceber a falha no chão... mas entre eu perceber e conseguir pegar novamente o guidão foram duas coisas totalmente diferentes.



Eu imagino, e vcs tb, a cara de desespero que fiquei quando meu tempo de reação não foi suficiente para agarrar a bike novamente. Numa fração de segundo o pneu virou totalmente e eu sai voando igual ao Superman, literalmente. O capote deve ter durado uns 2 ou três segundos, mas para mim foram por volta de 22, 23 minutos. Quando bati no chão fui ralando no meio fio... as costas, o joelho, a mão, os dentes, o olho, a cara, sim, a cara, pq somente um animal faria uma coisa destas na 23 de maio. Não salvei nenhuma parte do meu corpo. Até minha alma foi prejudicada naquele incidente. Sinto até calafrios enquanto escrevo este post. Quando parei de brincar de "ralador de Moscone", levantei-me e, com dificuldade, sentei naquelas muretas que existem ao longo da avenida.



- Ai, ai, caralho, ai, me fudi, ai, me fudi, cara...lhoooo...



Como disse em alguns posts atrás, eu andava armado, só que de bike não dava pra deixar a ferramenta no tornozelo, então eu levava o Tackleberry, nome que dava ao meu revólver, dentro da mochila junto com minhas roupas de muda. Devagar, consegui tirar a mochila e colocar ao meu lado enquanto tentava me recuperar do tombo.



O acidente foi feio e alguns "cachorros loucos" (Motoboys) pararam pra prestar socorro. Podem pensar o que quiser, mas minha preocupação naquele momento era que um daqueles caras pegasse minha mochila e desse fuga com minha arma. Ai sim eu estaria mais arrebentado do que com o capote.



- Cê tá bem brow?



- Tô, Tô... (Tô o caralho... tô todo fudido! Pensei) - Só preciso deitar um pouco aki para esperar passar a dor.



E de sentado passei a deitado na mureta. Após alguns minutos os caras perceberam que eu não melhorava e começaram a me pressionar pra irmos ao hospital. Tentei sentar novamente... não deu.



- Meu Deus... preciso de Hospital! Me leva pro HG... me leva pro HG!



Os caras foram firmeza. A 23 de maio não tem acostamento e é uma via muito rápida, então eles começaram a fechar o trânsito para pedir ajuda. Muito perigoso, porém necessário naquele momento. Por sorte uma viatura da Polícia Metropolitana, tipo camburão, passava pelo local e parou para me socorrer.



- Sou Tenente do Exército, me leva pro HG...



Os policiais jogaram o que restou da bike na traseira da Vtr e eu embarquei no banco de trás.



- Não sei onde é chefia... explica o caminho aí...



Eu não conseguia falar direito e o motorista tb não conseguia ouvir...



- Entre a próxima à direita, sentido Cambuci...



Tentando ainda não sentir mais dor...



O quê?



- Entre a próxima à direita, sentido Cambuci...



Putz, rrrrrrrrr...



- Não entendi...



Juntei todas minhas forças e gritei...



- Entre a próxima a direita, sentido Cambuci...



E foi assim até a entrada do Hospital Geral do Exército. Repetindo 3 vezes pra cada rua em que o motorista tinha que virar. Se o tombo durou uns 22, 23 minutos o trajeto custou uns 2 anos da minha vida.



No Hospital foi mais trânquilo, mas minha preocupação não era com o talho que eu estava no cotovelo, ou com as costas que pareciam maqueadas pelos caras das "Noites do Terror" do Playcenter, e sim com minha bacia que doía demais e ao meu ver estava fraturada. Nada foi constatado na "chapa", logo fui medicado e liberado.



Ok. Porém com o cair da notie chegou tb a dor. O ferimento do cotovelo mostrou para o que veio e começou a latejar, demais, e mais, e mais... até que em determinado momento levantei-me da cama e, como conta minha mulher, gritei...



- Vc quer doer? Quer? Quer? - Fui falando pro meu braço...



E com raiva dei 3 belos socos no machucado...



- Aaaaaaiiiiii, caralho, puta que o pariu, filho da puta!!!



Até hoje minha mulher ri quando lembra da cena. E eu tb consegui rir um pouco em meio a toda aquela dor. E toca de novo pro HG.



- Moscone, vou ter que te internar. - Disse o Aspirante Médico.



- Faça isto, por favor. Respondi rapidamente.



Foi constatada Erisipela. Lembram que eu caí no meio fio e o cotovelo rasgou dentro da sujeira da guia? Então, deu esta podreira no meu braço. Nem bacia, nem ralado. Só o cotovelo que me fudeu.



Cap Sivaldo & Ten Moscone
Como desgraça pouca é bobagem, na semana em que eu caí de bicicleta estava rolando uma bateria de instruções militares no QG e uma delas era sobre "Parte de Acidente". O militar que se acidenta deve informar a sua Unidade sobre o ocorrido e assim por diante, ou algo do gênero, não lembro mais. O capitão Sivaldo, chefe da minha seção, era especificamente o responsável pela tal palestra e, como todo bom amigo, tratou de basear toda a instrução sobre a "Parte de Acidente" que ele havia preenchido pra mim durante meu afastamento.



Todos os oficiais do Quartel General souberam os detalhes do ocorrido...



Abraço

ATARI - Um convite à inocência



Moscouzinho
Tive uma infância pobre até uns 8, 9 anos de idade. Não que passávamos fome, longe disto, mas arroz, feijão e jiló rolava direto. Fiquei tão traumatizado com legumes que somente após os 30 anos voltei a comer alguns deles. Chuchu e o tal do jiló, jamais. Tipo, tomávamos coca-cola somente no domingo e não era a de 2 litros que aliás nem existia; 1 litro (garrafa de vidro) para os quatro (Pai, mãe, irmã e eu). Até hoje fico impressionado como as crianças recusam facilmente doces, salgados e refrigerantes oferecidos. E percebe-se que não é por educação. Na minha época, primeiro recusávamos por educação... na verdade se aceitássemos minha mãe fuzilava a gente. Na boa, se deixasse, eu matava uma coca litro em alguns segundos e não era por ser esganado, é porque não tínhamos acesso a este tipo de “privilégio”.

Lembro que íamos à feira todas as quintas e que comer pastel sempre foi um “evento”. Um para cada um e sem a certeza que isto aconteceria na próxima semana. Aliás, quando digo um para cada um, exclua meu pai e minha mãe, já que quase sempre a grana não dava pra comprar pra todos.

Antigamente o pasteleiro entregava o pastel envolto em um tucho de papel, umas cinco ou seis folhas grossas, nada absorventes, que protegiam o cliente do óleo quente. Era realmente uma quantidade exagerada de papel, acho que os consumidores tb o utilizavam como guardanapo, sei lá. Fato é que, por gostar tanto de pastel e não ter aquele alimento com a freqüência que desejava, eu costumava, enquanto comia o pastel, comer o tal papel tb... não todo, mas boa parte... para dar mais sustância ao alimento. Que dureza...

Tenho a percepção de que os pastéis da época tb não eram do tamanho dos de hoje. O preço eu não sei, mas em tamanho eram menores, ou será que penso assim porque tínhamos que dividi-los com o pappi e a mammy? Pode ser... Não esqueçamos do caldo de cana, constituído de um copo pequeno para os 2 filhos e olhe lá. E toma bicadinha pros pais, de novo.

Voltando... a situação mudou bastante quando minha mãe começou a ganhar dinheiro com sua recém inaugurada oficina de costura, porém como toda criança, eu não notei as mudanças financeiras que minha família passava e, sinceramente, não me preocupava com as nossas limitações... éramos felizes! A situação era tão preta que mesmo ganhando bem meus pais demoraram alguns anos pra ficar numa boa. Curiosamente, apesar de ser ainda menino, sempre entendi que meus pais não tinham condições de nos dar alguns objetos de desejo tipo Ferrorama, Autorama, Pégasus, e o mais cobiçado de todos: o Vídeo Game.

Antigamente só se ganhava presente em Natal e aniversário; dia das crianças às vezes. Se vc perguntar para pessoas com idade acima dos 30, sobre os brinquedos que marcaram a sua infância, provavelmente eles te dirão no máximo uns 3. Isto porque, pelo menos no meu caso, ganhava-se em média 1 por ano. De uns tempos pra cá esta identificação terminou devido ao grande acesso a brinquedos de hoje em dia. Meu filho, por exemplo, toda semana ganha pelo menos 1 no Mc Lanche Feliz. Temos dificuldade em comprar um presente que agrade ele porque além de ter de tudo, os amigos e parentes tb o presenteiam bastante, graças a Deus, diga-se de passagem.

Retornando à minha infância... soube que existia um jogo que não era caro e que atendia minhas necessidades, o TELEJOGO. Tosco até a raiz da alma, mas que se encaixava totalmente meus desejos. Veja bem, meu vizinho tinha um ODYSSEY (O mais completo na época), porém o TELEJOGO já me bastava. Fui então até uma assistência técnica que existia na região e o cara me ofereceu um destes com 10 jogos. Se liga, 10 jogos! E com um valor que talvez meu pai conseguiria pagar, pois era um aparelho usado e tal. Perceba, 10, 11 anos de idade e fazendo pesquisa de mercado, que bonitinho.

Cheguei em casa, meu pai cansado do trabalho e sem muita paciência, ouviu minha proposta e, sem dar muita atenção, disse que pensaria no assunto. Um balde d’água fria, porém esperado. Cheguei a retornar à loja algumas vezes só pro cara da assistência técnica mostrar como o brinquedo funcionava... mentira, era pra jogar um pouquinho, dava dó gente. Passaram alguns dias e eu comecei o processo de conscientização da realidade, ou seja, esquece!

Deus é pai e, com permissão do trocadilho, neste episódio meu pai mandou muito bem. Certa tarde cheguei da escola e, espalhado na sala, lá estava um ATARI! Repito, um ATARI! Eu esperava uma bicicleta velha e meu corôa comprou uma Mercedes novinha! Desculpem, mas não é possível descrever neste texto minha alegria naquele momento e o que aquele presente significou para este então garoto.



Pergunta: Por quê eu disse Mercedes e não Ferrari? Veja bem, tb não é assim, na verdade meu pai comprou um DACTAR, um cover do Atari, que custava uns 30% menos, mas que cumpria exatamente as mesmas funções, inclusive era totalmente compatível com os “cartuchos” do Atari. Lindo!

Hoje meu filho joga PS2, controle sem fio, em uma tela de 40” e com o Home Theater arrebentando atrás da cabeça dele, ou se ele preferir acessa games on-line no computador, dele... e tem TV, DVD, Som, no quarto, dele... Pára! E olha que não somos tão bons assim de grana... é só analisar um pouco a sua vida que vc tb vai perceber quanto luxo vc tb tem. Acho que o desafio dos pais atualmente é encontrar o que motiva estas crianças e utilizar isto como “cenourinha” para tentar atingir uma educação melhor.

Neste fim de semana passei na Santa Ifigênia e o que eu encontrei? Um jogo para PS2 com algumas raridades do Atari, uns 20 jogos em um único DVD. Comprei na hora! Coloquei o emulador pro filhão conhecer os games da infância do pappi, e adivinhem? Ele adorou, fui colocando um por um e...

- Pai, coloca aquele do aviãozinho de novo!

Os caras ainda colocaram uma trilha sonora de fundo, sem perder os efeitos do jogo, com vários sons dos anos 80. Neste vídeo está rolando "Take me on - A-HA". E melhor, as músicas não param quando vc troca de game. Ficou tudo de bom!

River Raid: O mais famoso. Eu adorava, mas não era tão bom, acho que meu recorde foi 25.000.


Space Invaders: Pasmem, este minha mãe que adorava.
Xan... põe o das navezinhas!!! - Dizia ela.


Enduro: Arregaço. Fiz 13 bandeiradas. Não conheci ninguém que chegou perto disto, porém fui jogar agora e quase não passei da 1ª bandeirada. Que vergonha!


Pac Man: Nunca gostei.


Missile Command: Virei o marcador. 1 milhão. Tive que desligar pra ir pra escola.


Galaxian: Sempre gostei, mas preferia o das máquinas de fliperama.


Moon Patrol: Pagava um pau, mas não tinha o cartucho.


Hero: Muito louco. Eu era fraco. Joguei hoje e... continuo fraco!


Frostbite: Este meu tio tinha, ou melhor, tinha a placa sem a capa do cartuho, mas funcionava assim mesmo.


Demon Atack: Pouco conhecido, mas eu gostava. Minha mãe dizia que era o dos "morceguinhos".


Pitfal: Chato. Ganhei o cartucho de presente do pappi. Eu até que ía bem.


Smurfs: Ridículo. Não tinha, não gostava e não jogava. Sempre achei de bichinha.
X man: Tinha que ter sacanagem, né? Não é lenda. Existiu. Subversivo. Eu peguei emprestado e joguei várias vezes. Era o tipo de jogo que a molecada adorava. Pena que não passei da segunda fase, ou seja, só conheci duas posições. O jogador tinha que mexer o boneco pra frente e pra trás rapidamente, tipo punhetando o controle. Quando o cara chegava nos finalmentes a tela explodia e vc passava de fase. Era meio sacal. Ah! Tinha até uma tesourinha que corria atrás de vc por dentro de um labirinto, estilo Pac Man... adivinha como o boneco morria?


Abraço

A foto perfeita

Quando deixei o Exercito no ano 2000, eu e mais dois amigos decidimos abrir nosso próprio negócio e o ramo escolhido foi o dos Karaokês. Sempre uma difícil escolha, o nome até que saiu depressa, já que se tratavam de 03 solteiros com quase 30 anos de idade cada. Chamaria 3 solteirões & 1 Karaokê, em alusão ao filme 3 solteirões e 1 bebê, já que este seria nosso primeiro filho (Putz... que horror).

Acho que foi idéia do Fausto, sei lá, o fato é que após batermos o martelo sobre o novo empreendimento, ele deu pra trás. Sorte dele. A verdade é que eu e o Sidnei entramos de cabeça e conseguimos, mesmo sem experiência nenhuma, tocar o comércio por quase 3 anos. Este período será tratado algumas vezes neste blog e adianto, o “Bar e Restaurante 3 solteirões e 1 Karaokê” tem muita história legal pra contar.

Meu sócio, Sidnei, costumava enviar fotos para revelar em uma loja próxima ao Karaokê, na Vila Maria, e depois de um tempo ele acabou se tornando amigo do cara que revelava suas fotos. O "revelador" Aguinaldo era um tipo raro e uma espécie de consultor para os “trabalhos artísticos” do meu amigo, porém certa vez ele, do nada, teceu um comentário diferente sobre algumas fotos do meu sócio...

- E aí Sidão, tirando foto de cueca? Se liga meu!

O pior é que era verdade. Meu sócio aguentou a sacanagem quieto, mas é claro, logo pensou em uma vingança. Decidiu que tiraria uma foto do próprio pau com um cartaz escrito “chupa aki Aguinaldo!”, então mandaria revelar as fotos na loja do cara. Claro que este plano mirabolante não correria totalmente como ele havia planejado e, se tivesse corrido, talvez não seria assunto para o blog.

- Moscou, cê vai ter que tirar a foto!

Sobrou. Eu curto zueira, mas tirar foto do cassete dos outros é dose...

- Então vamos logo pq o bar já vai abrir e os clientes estão chegando...

Fomos até o banheiro masculino, o Sidnei abaixou as calças e posicionou o cartaz para a foto. Eu ajoelhei e ajustei a câmera para o melhor ângulo...

- Se vai fazer esta merda então vamos fazer direito... arruma isto aí - e apontei com desdém para o cartaz que estava todo torto...

Foto tirada, trabalho concluído...

- Agora mais uma com flash só pra confirmar...

Porra! Só pra confirmar? Tivemos a chance de sair ilesos, mas não... tinha que ter mais uma "pra confirmar". Foi exatamente neste momento que um cliente entra inadivertidamente no banheiro e vê eu ajoelhado tirando foto do pau de outro cara...

- Opa... hã... foi mal... - e foi logo saindo...

- Ô meu! Volta aki! Não é nada disto...

- Não, não, não... fica avontis... curte a parada aí que eu mijo depois...

E o cliente foi embora sem deixar a gente explicar... mas explicar o quê?

Abraço

* 2ª Foto: Eu e a Dona Maria cantando Summer Nights - John Travolta e Olivia Newton-John
** 3ª Foto: Festa de aniversário surpresa...pra mim!

Exame da Próstata

Armando & Aluno Moscone
Minha mãe me chamou de canto e confidenciou que meu pai havia chegado do hospital e que estava na sala assistindo televisão. Nada de alarmante, apenas acabara de realizar o exame da próstata.

- Tudo bem mãe, isto é normal – Respondi com naturalidade.

Ela, percebendo que eu não tinha entendido a deixa, salientou que ele estava meio constrangido com a situação e, lógico, que era pra eu sacanear ele.

- E aí pai? Tudo bem? – Perguntei fazendo um efusivo gesto de “Jóia” com o polegar.

- É... não vem não... vc tb vai passar por isto! – Profetizou ele com aquela cara de paisagem.

- Poxa pai... se em 15 anos a medicina não avançar o suficiente e continuar com este negócio de enfiar o dedo no cú dos outros... aí é que nós estaremos todos fudidos!

Porra! Véio mandinguento... já se passaram 13 anos desde então e o processo permanece o mesmo.

Ainda tenho esperança que um dos próximos vencedores do Prêmio Nobel em Medicina seja aquele que apresentar uma alternativa satisfatória para o caso.

Acho que devo começar a procurar um doutor carinhoso que nem este aí, mas com o dedo bem fininho...

Cena da série "Eu, a Patroa e as Crianças"


Abraço

Matheus & Nathally - Moscow

Pior é que a música entra na cabeça da gente. Neste vídeo temos o Matheus e minha sobrinha Nathally numa performance bem tranquila. Se fosse eu, já na primeira cambalhota... CHAMA A BULÂNÇA!


Abraço

Separados ao nascer (Apresentação de Slides)

Eu e meu amigo Alessandro não conhecíamos muita gente na pós-graduação, então começamos a apelidar a galera para poder identificar cada um. Daí para o Separados ao nascer foi um pulo. Idéia dele, claro. Adianto que alguns dos participantes apenas lembram determinada celebridade, isto aconteceu porque tentamos juntar todos na brincadeira. Demoramos muito tempo para reunir o material aki exposto, mas o resultado foi excelente. Apenas alguns decidiram ficar de fora... azar deles!


Clique no modo apresentação que está no canto inferior direito (Full Screen) e curta a apresentação...


Song: Mystery - Live
Abraço

Eros

Vosse deve ter pençado que este post ceria sobre Eros, o Deuz do amor, ne? Ce enganou, eu quiz dizer EROS com R² (Entendeu? R² = RR, piada de matematico...).

Tinha um Tenente amigo meu que coztumava dizer: "Sabendo ler ajuda". Neste cazo, çaber ezcrever te ajuda.

Entrei em duas pajinas famozas e em apenaz alguns minutos ólia o que eu axei. Parece pelo em ovo, mas temos que buscar cempre a perfeissão, ops, perfeição. Naum dah 1 nervozo?



Ce vc não entendeu... sera dificil se comunicar.

Quantos erros de português vc consegue encontrar neste post?

Selecione com o  mouse o texto abaixo para saber as minhas respostas...

Daqui...

- 8 no 1º paragrafo;
- 4 no segundo;
- 12 no tercero;
- 2 nas figuras;
- 3 no quarto;
- 4 nas repostas.
- 1 no abraço

Até aki...

Vc encontrou mais erros do que eu? Provavelmente...

Abrasso